O mundo anda mal frequentado



Foto retirada do We Heart It

Um dia desses, acordei completamente atrasada para o colégio e precisei entrar na segunda aula do dia. Eu odeio que esse tipo de coisa aconteça, faz parecer que não sou responsável, e eu odeio passar impressões erradas, mas aconteceu. E um professor não acreditou no que eu disse. Fiquei bem chateada. Eu não sou irresponsável.  

Outro dia, precisei ir correndo até a coordenação do colégio levar uma carta do meu curso, certificando que eu tenho aulas de inglês aos sábados, pois a escola está fazendo algumas reposições nesse dia, justamente no mesmo horário do inglês. E para justificar a minha ausência, eu precisava entregar essa carta. Mas tinha que ser depressa, porque eu tinha dentista dali a pouco. O cara não acreditou em mim quando eu lhe disse isso, e fez e falou de um jeito bem chato. Duvidando. Eu não sou assim.

Para que mentir? Desde pequena aprendi que mentiras têm pernas curtas, e logo são descobertas. O caminho mais saudável é falar sempre a verdade, mesmo que doa.

Eu sei que aquele cara deve atender muitas pessoas durante seu trabalho, e que o meu professor ao longo de sua carreira, já ouviu muitas desculpas de seus alunos, e entendo. Mas insisto. Eu não sou assim!

Quase ninguém se importa se há alguém passando fome ou frio nas ruas, com a poluição, com a vida dos amigos, em dizer eu te amo, com problemas sociais. A vida se tornou superficial. É mais importante aquela selfie ter um milhão de curtidas do que ajudar o próximo,  do que declarar o seu amor, ou ligar para saber se a fulana está bem. E não importa se jogarmos aquele papelzinho de bala na rua, não é? O vento leva.

Eu estou exausta de pessoas rasas.

Esses são alguns dos motivos pelos quais o meu professor e o cara da coordenação não terem acreditado em mim. A culpa não é minha.  Eu não me chamo sociedade, mas faço parte dela. Sou uma, em 7 bilhões. E mesmo assim, o cotidiano não me engoliu. Então digo que dá tempo sim, para ajudar, amar e se importar. Acredite, são nos pequenos gestos que fazemos a diferença.

Mas insisto. O mundo anda mal frequentado.


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