Singularidade



Assim, com gostinho do café pela manhã. Com carinho e chamego, voz rouquinha cheia de apelo. Pés descalços, despida de preconceitos, vestida de amor. Cabelos negros dançando ao vento, com uma xicara de cura a mão, renova as esperanças, abotoa as feridas, guarda as lembranças. É assim o seu acordar. Com uma canção que desperta as emoções e um banho de rosas, está pronta para o seu viver.

Caótica, inconsequente amante do amor. Grita suas aflições no papel para descarregar o caos do seu interior. Vive em guerra consigo mesma porque de vez em quando ou quase sempre nada é suficiente.

Com amor ela vai de flor em flor regando o seu jardim, cuidando do que planta para colher bons frutos. Uma hora ou outro chora suas pitangas soluçantes, o fim parece perto desse ângulo, então muda as posições das peças, dá cheque mate e ganha o jogo.

Tem um rouxinol dentro de si, canta para viver.  Canções cheias dela própria, que dizem sobre as curvas das estradas que traçou, sobre as vezes que teve que descobrir o caminho de volta e sobre o a sua força interior. Quando chega a hora de partir ela coloca dentro da mala os bons momentos, dobra os sorrisos, empacotada a felicidade com a certeza de um novo destino a sua espera.

Na companhia de um livro, viaja pelo mundo inteiro que lhe foi dado entre as palavras. Com as dores, as flores, seu caos, de pés descalços, sempre em frente. Ela é um movimento do século vinte. Surrealismo. 


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