Duas Doses de Amor - Capítulo 3



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Naquele dia mais do que os outros eu queria ficar na cama e não levantar para ir á escola quando os despertador tocasse as 07h00 am em ponto. Eu pensei em vários motivos para dizer à Elizabeth. Dor de barriga, cólica, dor de cabeça. Mas eu não queria mentir, eu preciso da verdade. Porque talvez a verdade seja o melhor, a verdade seja o real. Expliquei a ela tudo o que aconteceu na noite passada, aquele lance do Jake, que juro, parece até um capítulo em que eu iria à loucura de algum desses livros que eu leio. Bem que eu queria que fosse. Eu disse a ela em como o meu coração doía e band-aid nenhum podia cobrir o corte. Continuei deitada, peguei o Ipod e procurei o álbum da Taylor Swift, acho que ela me entenderia nesse momento.

Band-aids don’t fix bullet holes… Me concentrei  na música, e então nas batidas, comecei a pensar e sentir a falta daquelas noites de segunda, eu e o Jake, no sofá, esperando ansiosamente The Vampire Diares. Das caminhadas até o colégio, dos abraços e olhares que eu jurava ser apenas por carinho. Bem feito, eu sou péssima como uma mula em notar coisas, eu sou a garota desastre, esqueceu?

Fazia tanto tempo que não tocava na minha câmera, então levantei e apertei o botão de ligar. Passei foto por foto, da Kimmy, do cachorro do Steven quando encontrei-o naquele dia no píer, do pôr do sol, do Jake vestido com o uniforme do time de futebol, da gente junto na praia....

Pufff. Lágrimas.

Eu poderia passar o resto da minha vida trancada nesse quarto cutucando minhas feridas. “O único problema da dor, é que ela precisa ser sentida.” Disse o Gus, em a culpa é das estrelas. E era o que eu estava fazendo, sentindo a dor. De perder um amigo, de um amor. E sem me dar conta, de que eu estava amando Jake Parker.

É obvio que eu não poderia fugir dessa confusão toda vez em que eu tivesse que enfrentá-la, mas eu passei alguns dias dentro do quarto, indo para escola de carro, voltando quase que correndo. Passei a ignorar o Jake durante a aula de Literatura e a lanchar perto de umas arvores fora da escola, porque eu não queria nem pensar na hipótese de lanchar dentro do banheiro feminino, como já vi em filmes. É nojento! Todas as tentativas do jake de falar comigo na aula falharam. As tardes ficaram, meio sem graça, então resolvi ir á livraria comprar uma pilha de livros e começar algum lá mesmo, para ocupar o meu cérebro e fazer com que minha cabeça não pense coisas horríveis e um milhão de porquês.

 Eu precisa respirar novos ares, me tornar quem eu quero ser e não deixar que o meu sorriso dependa de alguém além de mim. Então, eu não sei bem como, mas eu fui em busca disso.

A livraria Barnes & Noble fica um pouco longe da minha casa, então preciso ir de ônibus, e como demora um pouquinho, vou escrevendo . No caminho adoro tirar fotos das vitrines, da paisagem, dos meus pés, então levei a câmera na mochila, junto com um casaco e meu óculos de sol de coração (Aqueles da linha da Taylor Swift que todo mundo odiou. Mas a verdade é que eu adorei, ele combinou perfeitamente com o meu chapéu.) Preciso explicar sobre o chapéu: A minha pele é bem branca, e o meu rosto é bem sensível á luz do sol, então de acordo com a minha mãe eu devo me entupir de protetor solar e usar chapéu. Então ela me levou a Forever21 e compramos três chapéus bem legais. Porque eu não ia usar esses que minha avó usa. Saudades da minha vó.

Como eu falo escrevo demais, nem parece que eu tava magoada á algum tempo atrás. Foi ai que eu me lembrei dessa dor. Eu estava tão distraída. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas então eu rapidamente coloquei os óculos. E tentei pensar em outra coisa. Olhei pela janela, casas se distanciavam, carros, pessoas e quase me esqueci que eu precisava descer! Se o Bill não tivesse me avisado... Ele é o motorista do ônibus que vai da praia (onde eu moro), até a cidade. Se eu tivesse amigas, elas ficariam pasmas por eu conhecer o motorista. Mas é que o Bill é super gentil, e como vou sempre á cidade, ele sabe onde eu desço.

Me despedi dele e continuei meu caminho até a livraria.Tirei algumas fotos das estantes, dos livros, e depois resolvi começar a minha caça aos livros. Passei pelas estantes de literatura, espiritismo, auto-ajuda e estagnei em Romance. Uma vez me disseram pára lêr outra coisa além de romance, e eu leio. Mas essa éa minha categoria favorita. Já até li que pessoas que leem romances se transportando para o corpo do personagem, não só metaforicamente mas também biologicamente. Isso é de outro mundo. Me perdi pensando, mas finalmente lembrei o que estava fazendo, e a minha lista de livros ficou assim:

  1. Garota Online – Zoe Sugg
  2. Eu te darei o sol – Jandy Nelson
  3. Fazendo Meu Filme – Paula Pimenta
  4. Para todos os garotos que já amei – Jenny Han
  5. Ps: Ainda amo você – Jenny Han
  6. Rich e Mad – William Nicholson


Fiquei curiosa para começar o Fazendo meu filme, que foi a Julia que me indicou. Ela é uma turista brasileira. A gente ficou conversando um tempão e me disse que a autora é brasileira também e faz o maior sucesso com as adolescentes do Brasil.. Eu perguntei para ela quando ela ia embora daqui de Santa Monica e ela me disse que aquele era seu ultimo dia. Que pena! Eu adorei conversar com ela, queria que ela morasse aqui. Com certeza seriamos amigas. Por isso, fui um pouquinho intrometida e pedi os contatos dela e as redes sociais, e disse que quando ela voltasse para cá eu ia adorar mostrar meus lugares favoritos da cidade para ela.

 Depois de lêr por um bom tempo lá na Barnes & Noble, decidi ir em alguma Starbucks fazer um lanche. Caminhei até lá e passei pelo Andy’s que é parecido com um McDonalds, mas eu estava evitando comidas desse tipo. Olhei as vitrines e atravessei a rua e logo ali ficava a Starbucks. A fila estava vazia, só havia apenas um garoto na minha frente. Alto e loiro ele me lembra alguém. Abri minha mochila para pegar o dinheiro e quando levantei a cabeça quase dei um pulo para trás. Era o Steven, o loiro de olhos azuis do colégio. Fazia tanto tempo que eu não o via, afinal eu o evitava por causa daqueles olhares que ele me lançava e eu ficava vermelha. Como agora.

- Oi Juli, tudo bem? – Steven.

- Tudo e com você? – eu.

- Estou bem. Você não tem recebido minhas mensagens, e porque não nencontro você no colégio? – Ele fazendo um interrogatório.

- Recebi sim (umas mil), mas é que eu tenho andado bastante ocupada, por isso o sumiço. – Que desculpinha esfarrapada, pensei. Mas serve.
- Entendi. Você tem algum plano para hoje á noite? Eu e uns amigos vamos ao boliche. Queria que você estivesse lá.

- Ah Steven...

- Diz que sim, vai ser bem legal, e você pode até levar a sua câmera para tirar umas fotos bem legais, sei que você gosta disso. E o pessoal é bem divertido. Vamos...

- Tudo bem, mas eu não posso ficar até muito tarde lá.

- Posso te buscar em casa?

- Argh, é que antes eu tenho que fazer umas coisas. Te encontro lá, okay?

-  Então nos vemos lá, senhorita Jones. – Ele me deu um beijo no rosto e sumiu no meio da multidão. Eu fiz meu pedido com aquela cena repassando na minha cabeça. Eu vou ao boliche com Steven Collins. Aposto que vai estar cheio daquelas garotas metidas do colégio lá. Preciso ir para casa. Não posso ir vestida assim.


Liguei para o meu irmão Scott enquanto o capuccino esfriava e caramelo escorria do muffin. Assim que ele chegou, eu mal tinha tocado na comida. A fome sumiu, mas o meu estômago estava completamente tomado por borboletas. Então eu pensei:  Será que eu vou sobreviver?






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