Texto: Alice errada


As palavras estão fugindo de mim, deve ser porque tenho escrito menos a cada dia. É que o tempo resolveu sair correndo por aí na mão de um coelho de paletó. Ou será que alguém inventou um acelerador de tempo, usando todas aquelas leis de um cara chamado Newton, que eu nem conheço? Ah se eu tivesse prestado atenção no que o professor disse.

Muito prazer,  me chamo Alice Natália e certamente este não é nem de longe o País das Maravilhas, acho que tem mais haver com ahmmm, deixe me pensar em algum nome para esse lugar que descobri em um dia desses em que sonhei que estava caindo. Bem, não faço ideia de bons nomes. Você tem alguma ideia? Tudo aqui é inconstante. As pessoas, os sentimentos, o clima.

Me perdi nessa toca, desde... Setembro! O mês que eu apagaria sem hesitar. A maré estava alta e brava, trazendo com ela o que eu mandaria para bem longe. Nem sinal de pescadores ou navios. O vento parecia querer arrancar as arvores do chão, pude ouvir os chiados na janela durante as noites. Enquanto eu andava, pude observar as florzinhas mortas no chão.

Olhos cheio de mar e mentes cheias de vento. Dos ventos de Setembro. Os bons sonhos foram despertados pela insônia e tudo que se podia ver era uma zumbi ambulante que procura o amor. Será que existe caminho certo? Os meus pensamentos se tornaram tão loucos e confusos. Tudo bem, uma vez eu ouvi que os loucos são as melhores pessoas do mundo. Talvez porque a loucura seja algo natural que os permitem ser quem são.

Outro dia eu podia jurar que ouvi alguém me chamar de Alice, lá no parque, mas quando eu olhei, não havia ninguém. Apenas uma borboleta voando e então eu soube, de longe eu não era a Alice. Mas um dia estarei bem perto de ser a Alice que está dentro de mim, florescendo.











Comentários